domingo, 12 de junho de 2011

Apenas uma lembrança do dia dos namorados ou como ser idiota por alguém

Da série histórias da vida. O casal de namorados eram dois amigos do colégio. Quer dizer, ela era minha melhor amiga e ele colega de sala. Começaram a namorar depois que ela saiu de um relacionamento complicado. Apesar de estarmos no primeiro colegial, com 16 anos, o namoro era daqueles típicos de colégio: mamãe-não-sabe-papai-não-quer.

O mês de junho chegou e minha amiga se animou. Toda empolgada falando em presentes e pedindo a minha opinião. Ele, ao contrário, sempre quieto, não falava no assunto e quando alguém o fazia, o dito cujo mudava o rumo da conversa, prontamente.

Eu estranhei e chamei o cara pra conversar. Ele me confidenciou, em 15 minutos de papo, que tava sem grana, que não podia pedir para os pais, que os velhos não sabiam do namoro e nem poderiam saber, por causa da religião deles e blá blá blá whiskas sachê. Intuição de mulher não falha.

Durante a semana inteira fiquei martelando aquilo na cabeça, não conseguia encontrar um jeito de falar pra minha amiga que ela tinha gastado uma grana no presente dele, mas que ela ia ficar de mão abanando. Gente, aquilo ia ser um desastres do grande. Ela ia chorar e fazer drama.

Aquele dia dos namorados, senão me engano, era numa segunda-feira. No final de semana, fui comprar o presente do meu namorado e não resisti: comprei o dela também. Como se não bastasse, passei na casa dele e entreguei pra ele, mandei esconder na mochila e entregar pra ela no colégio, na segunda.

Ele agradeceu, jurou me reembolsar. No final da tarde de segunda ela me ligou feliz e sorridente falando sobre o presente. Fiz que não sabia de nada. Ela ficou feliz, ele também e eu sem dramas.
Mas, a vida não é um conto de fadas e como não existe o viveram felizes para sempre, eles terminaram.

Cerca de um ano depois, ela parou de falar comigo por causa de outro namorado. E eu fiquei sem amiga e sem dinheiro. Coisas que acontecem.



Um comentário:

Tati disse...

Como sempre, texto muito bem escrito! E é aquela velha história que o bonzinho só se... Né?