domingo, 30 de janeiro de 2011

Mudanças

Mudar. Do dicionário: alterar, modificar, transformar, converter. Mudança, na maioria das vezes, está ligada a transições. Todos mudamos, o tempo todo, é natural. Entretanto, há momentos mais fortes e específicos. Há ocasiões em que a mudança simplesmente acontece e outras que você sabe que as coisas não podem continuar como estão.

Por um motivo ou por outro, eu sempre tive medo do novo. Apesar de gostar de estar rodeada de pessoas, o novo me assustava - ainda assusta, em menor intensidade. E sem fazer da minha vida um drama, eu mudei.

Eu cresci e amadureci. Por consequência, me fodi também. Talvez esteja um pouco mais leve, livre, solta e inconsequente. Mas, tudo isso faz parte também. Aprender com os erros sempre, com os acertos poucas vezes. Como diria Lulu Santos: "Tolice é viver a vida assim, sem aventuras".

Novos objetivos. Novas pessoas. Novos lugares. Sensações. Vontades. Errar, errar e errar. Tentar de novo. Aprender. A vida é assim. Cíclica e pouco criativa. A intenção é sempre ser melhor do que antes. Mas, pra isso é preciso arriscar. Sempre é preciso arriscar.

Sou bem melhor assim, ou não? Como não? A menina quieta e sozinha, sufocada e carente, aprendeu a controlar as emoções, tem seu emprego e seu canto. Tem liberdade, mas não muita. Tem alguns bons amigos por perto e outros mais longe. Tem menos tempo e dinheiro, é verdade. Mas, continua carente, melosa e muito saudosista.

Acontece que a Gabriela de ontem continua na de hoje. Mas, a de domingo é diferente da de sábado. Um pouco melhor, um pouco pior. Apenas, uma.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Visita a Central Globo de Produção


Anteontem, dia 27 de janeiro, tive a oportunidade de viajar, a trabalho, para o Rio de Janeiro para conhecer a Rede Globo de Televisão. No final de semana anterior a viagem, meus familiares mostravam-se mais ansiosos que eu do que eu mesma, a viajante. "Ai, meu Deus! Você vai realizar o meu maior sonho. Pelo menos por foto vou conhecer o Projac" - disse minha mãe.

A viagem pode ser divida em três partes. E acabou rendendo algumas reflexões profissionais e pessoais. Confesso que esse foi o motivo para dar saldo positivo no final da noite, com a cabeça no travesseiro. O fato é que assim como minha mãe as pessoas se deslumbram com a palavra Globo, ainda mais quando vem seguida de Projac.

Somadas são sinônimos para artistas e glamour. O mundo real chegando ao encantado e fantasioso. Estava com a impressão de estar indo para Disney World. O mundo da magia. Mas, não é bem assim não.

Central Globo de Jornalismo

A primeira parada foi a Central Globo de Jornalismo, ali perto do Jardim Botânico. Eu não sabia que iriamos ali, mas achei que fosse só para conhecer a equipe que cuida das redes socias (o meu trabalho) e só. Talvez um bate papo, uma integração e todas aquelas coisas sem graça. Engano, grande engano.

Ali estão os estúdios dos jornalísticos. Globo Esporte, Fantástico, Jornal Nacional, Jornal da Globo News, Estudio I e alguns outros. Assim como as partes de marketing e criatividade. E para minha surpresa passeamos por tudo isso.

Era hora do almoço. Uma e pouco da tarde. O Globo Esporte estava sendo gravado. O Jornal da Globo News também. Olhava com atenção. A bancada, o apresentador, o telepronter: fascinante.

Jornal Nacional e a certeza da profissão

Eis que paramos no corredor, de frente para uma porta, e nossa guia explica: "Essa é a redação do Jornal Nacional. Sabe aquela que aparece atras da bancada do Bonner? Então, vamo entrar. Só vou pedir pra vocês falarem baixo, porque aqui eles mandam a gente calar a boca mesmo".

Várias baias ocupadas por computadores e telefones, um do lado do outro. Na frente da porta e mais ao fundo, cerca de 5 ou 6 salas. Na ultima, já no final eis que está William Bonner, de camisa branca e pele bronzeada. Dou uma olhada rápida. Ele e um outro moço que o fazia companhia também nos observam. Acima de sua sala há suspensas em suportes 5 televisões, cada uma num canal diferente, todos concorrentes. Do lado oposto a mini bancada, um telepronter e uma câmera. "As entradas de Fátima Bernardes entre os programas é gravada aqui" - diz a guia. No alto está a bancada do JN.

Confesso que demorei os olhos em todos os detalhes daquela sala. Enquanto ouvia o barulho das teclas e do telefone e das conversas, tentava idealizar o que cada um estava fazendo: fechando pauta, matéria, editando, marcando entrevista. Será? Não sei, só sei que é aqui que tudo acontece. A noticia em tempo real, a vida jornalística dura, sentida e tão buscada. Eu quero isso pra mim, posso entregar meu currículo? - pensava.

Saímos da sala e continuamos o tour. Outros estúdios, algumas outras histórias e dúvidas. Não consegui mais prestar atenção, sei que a menina disse que o expediente deles começa as 11 da manhã. Mas, pra jornalista isso não vale muito. A imagem da redação, a vontade de estar ali e a certeza de ser jornalista estavam ali presentes. É a vida que eu escolhi.

Projac: a fantástica fábrica de madeira

O trajeto Jardim Botânico - Jacarepaguá durou cerca de 1h40. A temperatura no Rio era de 37ºC e a sensação térmica de 40ºC. Na van, ainda bem, era menor devido ao ar condicionado.

Chegamos a portaria três perto das duas horas da tarde. Entregamos nossos documentos para cadastro e identificação e recebemos o crachá de visitante. Junto conosco, porém, já com seu crachá estava Fábio Assunção, que entrou apressado.

Outros que avistei por ali, passeando de carrinho elétrico foi André Marques, Juliana Alves e Boninho. Mas, antes da visita começar, tínhamos reserva no restaurante local, carinhosamente apelidado de Bandeijão, que conta com 5 tipos de cozinha diferentes. Self-Service. Saladas, refrigerantes e sobremesas variados.

Depois do almoço, de carrinho eletrico e de baixo no sol escaldante, iniciamos o nosso passeio. A primeira parada foi o estúdio da novela Ti ti ti. Os atores estavam gravando, então não podemos entrar. Passamos pela sala de áudio e pela sala de cortes, onde viamos tudo que estava sendo gravado lá dentro com Murilo Benicio e outros, em 4 câmeras configuradas diferentes. O passeio seguiu e quando retornou à porta de entrada. Lá estava Murilo, indo para o camarim trocar de roupa.

A caminho da cidade cinematografica passamos perto (mas não tão perto assim) da casa do Big Brother Brasil. Deu pra ver onde acontece as eliminações, a porta vermelha. Nada demais. Aquela altura queria invadir a casa e me jogar na piscina.

A cidade cinematográfica pouco me empolgou. Tudo feito de madeira, tudo fechado. Apenas faxada. Cenários misturados que eu pouco conhecia. Os detalhes são interessantes de serem notados: roupas no varal, telefones públicos, gatos de energia e tv a cabo. Há quem goste, vide minha chefe.

A fábrica de cenários nada mais é do que peças de madeiras gigantes sendo cortadas, pintadas, colocadas em um carrinho e levadas ao estúdios para brincar de Lego.

Passamos ainda pelos acervos de figurino, que é gigante e todo organizado por década e gênero, e de VTs, que é totalmente robotizado. O mecanismo é interessantíssimo e muito inteligente. Teve também a parte de corte e costura: máquinas e mais máquinas de costura, com senhores e senhoras o tempo todo trabalhando. Tecidos e croquis por todos os lados.

A visita acabou por volta das 17 horas da tarde. O Sol continuava muito quente. E na saída, enquanto bebia um copo com água no bebedouro, vi Carmo Dalla Vecchia usando o banheiro feminino, significa?

Pegamos a van e fomos em direção ao aeroporto pela orla da praia. Da barra até Copacabana. Pessoas se refrescando, correndo e eu presa ali. Trocaria fácil as duas horas e meia de Projac por praia, cerveja e mar.



Da vista da van: a praia da Barra.

Mudanças

Resolvi mudar um pouco a 'linha editorial' aqui do blog. Além das crônicas e poesias - confesso, cada vez mais raras - vou passar a escrever sobre música, livros, filmes e coisas mais amenas. Sinto que estou muito exposta, apesar de tentar utilizar as entrelinhas. Não vou deixar de escrever o que estou sentindo, não é isso. Mesmo por que algumas coisas que estão aqui, estão só aqui. Mas, talvez, com o foco mais abrangente, diminua um pouco.

Escrever é mais do que desabafar. É deixar registrado. É poder guardar. É ir além, mudar, voltar, transformar, adaptar e buscar. Sobretudo, melhorar. É só isso que eu busco.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Apenas um registro

E mesmo sem motivos eu ainda lembro de você no meio de um dia corrido. Vontade de saber como você tá e de contar as coisas que me aconteceram nessas pouco mais de 24 horas que não nos falamos. Olho para o celular: mensagens, nova mensagem de texto. No destinatário o seu nome. Uma, duas, três, quatro, cinco palavras. Alguém me chama e faz uma pergunta. Volto ao celular: Limpar. Sair! Nada disso faz sentido. Eu sei, você sabe.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O conto de fadas da vida real

Queria falar de sentimentos. De livros. De filmes. De momentos a luz da lua ou sobre aquele por do sol. Mas, tudo é tão ilusório. O cavalo branco, a espada, o príncipe, a princesa e as juras eternas de amor. Será que existe?

Por tanto tempo me fechei. Por tantas vezes calejei o coração. Preferia não tentar, não lutar, não amar a sofrer. E sofria sem saber. Chorava pra mim. Mas, melhor assim. Não sinto doer, não sinto tanto.

E agora tenho medo. Medo de voltar a sentir. Medo da minha risada, do friozinho na minha barriga. Da vontade de te ver e do quanto eu gosto de falar com você!

E por medo vou sair correndo. Vou me esconder na torre mais alta ou no buraco mais fundo. Vou ficar com raiva de mim e vou chorar. Mas, principalmente vou esperar você vir me buscar. Pegar minha mão e me fazer segura no seu abraço.


domingo, 16 de janeiro de 2011

Roleta Russa

Não costumo jogar porque não gosto de perder, mas dessa vez resolvi arriscar. Foram 5 minutos de lose control. De dúvida. De decisão. Como se fosse uma roleta russa, tudo girava e não saia da condicional: SE. E SE?

Joguei. Liguei. Mandei. Levei. Dormi, acordei. E agora não sei. 1/4 das minhas fichas eu coloquei na mesa. E ai, qual será a sua cartada? Vamos continuar jogando e eu apostando mais alto? Ou será que foi só isso?

Jogos são tão imprevisíveis, o coração também!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Código de Hamurabi

Eu tento não olhar para trás, mas você está sempre na minha frente. Desvio. Esqueda, direita. E quando paramos no farol, não olho para o lado. Tento ser firme e forte, mesmo que na arrancada eu derrame uma, duas ou três lágrimas. Mesmo que eu tenha secado ou, por acaso, percebido que você não merece nada além de desprezo. Tão pouco as minhas lágrimas.

Ignoro. Você me provoca. Ignoro. Você continua. Ignoro. Você apela. Ok, isso é um jogo? Eu também sei jogar. E bastou uma só carta. Uma só partida para você mudar de tática. Percebeu que ser tosco não era o caminho. Vestiu a máscara de bom moço. Coitado, tosco ao quadrado.

Já dizia o ditado popular: 'Quem não te conhece que te compre'. Eu paguei um valor alto. Que aos poucos, vem sendo liquidado. Só eu sei como. Não quero que você sofra, eu sou capaz de aguentar. Você não. Mas, vai doer o dia em que se der conta do quão babaca você foi.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Ser ou nao ser? Eis a questão

Sempre gostei de falar sobre meus sentimentos. Recados, bilhetes, e-mails, SMS. Demonstrações eram feitas por todos e qualquer meio. Achava importante, necessário. Talvez não para os outros, mas pra mim. Presentes, lembranças, músicas. Meu Deus, quão brega e chata eu fui? Hoje eu entendo que ações valem mais do que palavras. Fique em silêncio, mas esteja ali. E isso basta.

Coisas do passado. Mudanças do presente. Me sinto menos chata e mais amada, pelo menos isso. Mas, ainda sinto falta de escrever e-mails fofos. E querer deixar registrado aquilo. Por vezes já apaguei diversos e-mails começados.

E hoje, escrevo sobre isso aqui. Para não escrever por lá. Policiamento. Para não parecer piegas. Agora a pergunta é: ser piegas é ruim?

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Exorcismo

De manhã ainda meio zureta / com rímel até a buchecha / lutando pra tentar me lembrar / Do que eu fiz a noite passada / se foi tudo ou quase nada / além das tequilas no bar (...) / Só lembro com exatidão / o copo, sal, limão / E depois meu trapézio no ar

Há muito venho tentando. Lutando comigo mesmo. Calejando não só as mãos. Paro de frente do espelho e me encaro. Sigo em frente. Finjo não ouvir, não ver e não ler. Não é comigo, não. Finjo. Apenas finjo. Escondo-me. Na tentativa de fugir de você. E sabe? Cansei. Há muito. Cada dia mais.

Aquela noite, mais uma vez eu desejei ter você por perto. Desejei ouvir sua voz e olhar no seu olho. E decidi também que seria a última. Cerrei os olhos e bastou. Entendi que, na tentativa vã de fuga, me perco cada vez mais de mim. Acabo remando para o lado errado do rio. Correntes me prendem a você.

Resolvi, então, apelar: para a paciência e boa vontade daqueles que estavam comigo. Apelei para a branca e para a amarela. Elas, só elas. Mandei o resto para a casa do caralho: maquiagem, cabelo, vestido e salto. Estava acabada e era assim que queria ficar. Pela última vez.

Sangrei. Chorei. Coloquei pra fora o asco, as tripas e o coração. Depois, ainda com dor, eu ri. Dei risada. Disse tchau. Sai desse corpo que não te pertence. E fui embora de você para nunca mais voltar.