quinta-feira, 1 de maio de 2008

18 anos

"(...)Eu quis saber da minha estrela-guia/ Onde andaria meu sonho encantado/ Fada-madrinha vara de condão/Esse meu coração sonhando acordado/Vai nos levar para um mundo de magia/ Onde a fantasia vai entrar na dança/E quando o brilho do amor chegar/Eu quero é mais brincar, melhor é ser criança (...) "

O que é dar voz a você mesmo?! Como é se conhecer melhor?! Como você está se sentido agora?! Como se sentiu a vida toda?! As coisas mudam, você percebe?!

Ela não sabia responder a nenhuma dessas perguntas. Involuntariamente, sabia as respostas de todas mas, ainda assim, não conseguia responde-las. Não sabia a razão, não conseguia explicar de onde é que vinha tudo aquilo.

Tudo aquilo que não era pouco, apesar da pouca idade. 18 anos, experiências de vida, trabalho, estudos, irmãos, pais, brigas, tudo muito igual a todos, e tudo muito diferente também.

Não saber por que, mas existiam horas que a cruz parecia mais pesada ainda. Pensava, pensava. Fazia-se de vitima, apesar de querer resolver tudo sozinha para não preocupar ninguém. E, mesmo sendo depende de sentidos, aprendeu que às vezes é melhor estar só com você.

Ela não gosta de estar se sentindo assim. Afastou-se dos amigos, se trancou em seu quarto, inventou um novo mundo. Vive no seu mundo, só sente doer quanto o dia amanhece e a realidade bate na janela, invadindo seu quarto juntamente com os raios ultravioletas do Sol.

Sabe que precisa mudar, voltar ao começo, tentar reconstruir. Só não sabe onde está a sua força, a vontade e a coragem. Vai tentando arrumar desculpas, encontrar culpados. E de novo, sabe que não existe nada ou ninguém, que é apenas ela.

18 anos, adulta ou criança?! - Pergunta ela ao seu diário.

Pobre menina, não sabia que crescer era tão difícil assim. Compara com o primeiro beijo, a primeira bronca, a primeira vez. Algo que no inicio parecia complicado, mas que depois era bom.

Será mesmo que a parte boa existe?! Ela ainda não encontrou, por isso, não gosta de ser assim.

Queria voltar a sorrir, queria brincar de jogar bola, queria ficar feliz e satisfeita a ganhar um beijo. Queria os amigos de volta, queria a família de verdade. Queria uma porção de coisas...

Quando na verdade, a única coisa que têm é a sua cama e a lâmpada do abajur acessa. Em cima do criado-mudo: O lápis, a borracha e o papel, molhado.