terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A estrada

A vontade é de sumir, desaparecer. Sair correndo por uma estrada sem fim. E além de perder o folêgo, perder também as roupas. Enquanto os pés dão passadas em intervalos de tempo cada vez mais curtos, uma peça do vestuário vai sendo deixada ao chão.

Blusa. Calça. Casaco. E por ai vai. O corpo vai ficando leve, solto. E o mais importante, longe daquilo que é desconfortável, que incomoda e machuca. Ao olhar para lado, uma vazio completo. O vento batendo no rosto. As lágrimas caem, as forças vão indo e você continua correndo.

A questão é que ainda estou paralizada. Olhando o infinito, sem saber se corro ou se fico. Os problemas me consomem. Pelo menos o choro me alivia. Espero que uma hora, seja cedo ou tarde, consiga completar a travessia. E no final, a chuva me contemple, lavando a minha alma. Levando para longe os espinhos. Curando as feridas.

Nenhum comentário: