quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Dualidade

Sim, quem é viva sempre aparece. Estava sentindo falta do meu cantinho e de exteriorizar o que eu sinto, vejo ou presencio. Coisas que eu não conto - porque posso, não quero ou não consigo - para ninguém. Coisas que, talvez, ninguém queria ouvir, e que eu preciso falar.

Sinto-me inquieta. Talvez seja a época do ano. Natal, Ano Novo. Corre-Corre. Shoppings, supermercados, presentes, compras. Viagens. Chegadas e partidas. Talvez seja o cansaço acumulado nos 12 meses que passaram.

Sinto-me sufocada. Todo dia, ainda pela manhã, tenho vontade de jogar tudo pro alto. Gritar em alto e bom som, pra convencer os outros e a mim, que não dá mais pra aguentar. Chega, eu cansei. Simples e fácil. Derrota.

Avalanches de pensamentos se atropelam. Vários anjinhos e diabinhos listam prós e contras: 'Cadê sua auto-estima, garota?', 'Chega, você já aguentou demais', 'Por que não manda ir tomar no cú logo?', 'Você sabe quais são as consequências, não sabe?', 'O botão do foda-se fica bem ali'. E eu que só queria continuar dormindo. Mentira, queria mais bem mais.

E até mesmo os novos planos, que tomaram forma e estão prestes a se concretizarem, assustam-me. A sensação é de conquista e também fragilidade. Em certos aspectos, não consigo agir impulsivamente. Preciso de tudo planejado para me sentir segura. Alguém tem uma rede de segurança? Traz uma cerveja também, que eu até sorrio.

Felicidade, esperança, medos e incertezas. E até frustrações. Dualidades que conviveram comigo o ano de 2010. Um misto de sensações eterno que precisa ser colocado pra fora. Da cabeça para o papel. Do coração para o teclado. Tenho a esperança que essas palavras, escritas assim, em tom de desabafo, dêem-me uma sobrevida. Assim, como 2011. Que tudo seja diferente. Quero respirar.

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